VAMOS APRENDER PORTUGUÊS BRINCANDO?



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Atividades de produção de texto- OLÁ COLEGAS USEM A VONTADE!


Ensine seus alunos a separar as falas do diálogo em narrador e personagens, usando parágrafos e travessões. Leia o texto para eles de forma correta, para que saibam qual personagem está falando. Faça vozes diferentes, eles captarão logo. Peça para que escrevam a lápis o diálogo e, enquanto escrevem, verifique. Se algum aluno não entendeu ainda, explique individualmente.
TEXTO:

Segunda-feira, Maria vestiu seu vestido novo e disse para sua mãe, mãe, eu ainda estou com frio, filha, você vestiu pouca roupa de frio, calce meias. Quais meias, as brancas, mas mãe, a brancas estão furadas, então calce as azuis que você ganhou de sua madrinha, depois disso ela ficou aquecida e foi brincar com seu coelhinho.
(Reforce, inventando outros textos)



Escreva cada uma das perguntas num papel com linhas. Distribua uma pergunta para cada aluno. Um aluno não deve saber a pergunta do outro. Os alunos deverão escrever uma resposta, limitando-se ao que foi perguntado. O professor poderá fazer dois jogos de perguntas, no caso de uma turma de trinta alunos, ou acrecscentar algumas perguntas extras, para igualar as perguntas ao número de aluno. Também poderá trabalhar acomodar os alunos em duplas. Especificar um tempo para escrever.


1.      Quem é ele? (escreva o nome de alguém conhecido)
2.      Quem é ela? (escreva o nome de alguém conhecido)
3.      Como ele estava? (Imagine como – descreva-o)
4.      Como ela estava? (Imagine como - descreva-a)
5.      Onde eles estavam? (Imagine o lugar – descreva-o)
6.      Quem chegou? (Diga o nome de alguém conhecido)
7.      O que ele disse: (Imagine - Seja criativo)
8.      O que disse o último que chegou? (Imagine - Seja criativo)
9.      O que ele fez? (Imagine – Seja criativo)
10.  O que ela fez? (Imagine) – Seja criativo)
11.  O que aconteceu com ele? (Imagine algumas ações) (Obs: Não vale dizer que morreu)
12.  O que fez o último que chegou? (Imagine) – Seja criativo)
13.  O que aconteceu com ela? (Imagine algumas ações) (Obs: Não vale dizer que morreu)
14.  O que aconteceu com o último que chegou? (Imagine algumas ações) (Obs: Não vale dizer que morreu)

Após a escrita, os alunos poderão ler os textos ou colar o texto em mural ou papel craft, seguindo a ordem das perguntas.





Descreve com riqueza de detalhes as características do lugar onde se dão os acontecimentos.
EX:“Uma sala repleta de móveis sobre o piso de linóleo, móveis pesados, de feitio antigo: o enorme sofá, a mesa negra, a cristaleira, o relógio...
Introdução:(1º parágrafo) Começar a descrição referindo-se ao lugar como um todo. Localizá-lo precisamente: casa, museu, biblioteca, bairro, cidade, etc.
Desenvolvimento: (2º e 3º parágrafos)
a) Falar da estrutura do ambiente: como são suas paredes (cor, estado de conservação, etc.), apontando a existência e a localização de janelas e portas. Em seguida, as características do chão e do teto, fazendo também observações acerca de sua cor, material com o qual são construídos, estado de conservação e outros detalhes relevantes. Ao falarmos sobre a luminosidade, podemos mencionar, por exemplo, a presença de lustres luxuosos ou, dependendo do local, de uma certa escuridão decorrente da má iluminação. Ainda é possível fazer referência ao aroma de plantas lá existentes ou a outros menos agradáveis, como o do mofo, sensações de calor, frio, dor. Tudo dependerá do tipo de ambiente que você estiver descrevendo.
b) Entramos em pormenores. Escolhemos uma ordem (ou direção) para descrever os móveis, utensílios ou adornos do local. A ordem tanto pode ser da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, como também de trás para a frente, ou vice-versa, levando-se em conta a posição do observador e a disposição dos objetos. Comparar esses detalhes a outros objetos. Atribuir qualidades.
Conclusão: (4º parágrafo) Fazer um comentário geral, que pode ser, por exemplo, sobre a atmosfera do ambiente descrito (de luminosidade, cor e alegria, ou de desolação e tristeza), ressaltando a impressão que causa em quem dele se aproxima ou o freqüenta.
OBSERVAÇÃO:
A pessoa que descreve pode ou não aparecer, em alguns momentos, em meio à descrição. Isso não ocorreu no exemplo acima. Entretanto, você pode fazê-lo, conforme sua vontade.
PRIVATE
Exemplo:
PRIVATEO lugar e o tempo
Ao entrar na sala daquele casarão antigo, tem-se, de início, uma desagradável sensação de abandono e de uma certa tristeza.
As paredes, já quase sem cor devido à ação do tempo, as duas janelas fechadas, com suas venezianas carcomidas, situadas na parede oposta à porta, também velha, davam a quem lá chegava a impressão de estar adentrando um museu abandonado. O chão já sem brilho e o teto no qual havia um lustre luxuoso, mas empoeirado e com poucas lâmpadas em funcionamento, confirmavam a impressão inicial. Sentia-se também no ar o odor dos tapetes embolorados.
Da porta, avistavam-se logo à frente alguns móveis em estilo colonial, muito antigos, mas belíssimos - verdadeiras raridades. No centro da sala, uma mesa de cor marrom sobre um tapete persa de rara beleza. Mais perto da porta, uma poltrona revestida por um tecido amarelo florido e, como os outros móveis, empoeirada. Nas paredes, quadros de paisagens e retratos daqueles que algum dia habitaram o que deveria ter sido uma casa esplendorosa.
Em toda a sala pairava uma atmosfera de desolação, de decadência, de envelhecimento, que causavam em quem a contemplava uma sensação de nostalgia.
Exercícios
- Descreva a sala de aula.
- Escolha um ambiente fechado e descreva-o seguindo as orientações do esquema: Ex: seu quarto, a sala de sua casa, sua igreja...




 A finalidade desta atividade é produzir um texto e criar uma personagem que é cientista. Ela  descobre de uma nova doença e a fórmula para sua cura. Uma parte do texto já vem escrita.

CIENTISTA E PESQUISADOR DESCOBRE
UMA NOVA DOENÇA 
E A FÓRMULA PARA SUA CURA.

O Dr .....................  nasceu na cidade de  ....................  em (País) .....................  É cientista pesquisador formado pelo famoso Instituto ..................... Atualmente também é professor na Universidade ..................... Após seis anos de pesquisa sobre a cura do câncer de cérebro, acidentalmente descobre uma nova doença. Ele a denominou de "Síndrome ....................." Ele descobriu que essa doença, na realidade não é nova, sua origem vem da Pré-História,  mas atualmente sofreu uma modificação genética, o que a tornou perigosa, pois se espalha rapidamente, principalmente em locais onde há maior número de pessoas concentradas. Pessoas de todas as idades podem ser contaminadas. 
Ela provoca dores na face, palidez, sede exagerada e crises de ataques de riso que chegam a durar três minutos. As pessoas contaminadas estão causando grandes transtornos rindo em lugares e horas que não deveriam: em igrejas, tribunais, hospitais e velórios e outros locais Antes da doença se manifestar ela dá sinais, se a pessoa for diagnosticada a tempo pode se livrar do mal. Os sinais são os seguintes:
_ Os dentes ficam amarelados;
_ As pupilas .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................
           Enquanto pesquisava, o Dr. ..................... foi contaminado pela doença. Como cientista e pesquisador, procurou a cura, aplicando em si uma fórmula inacabada de uma poção caseira. Ele quase conseguiu a cura, mas infelizmente não foi curado a tempo e ficou com algumas sequelas:
_ Os cabelos passaram a crescer exageradamente, cerca de 5 centímetros por dia;
_ Desenvolveu alergia a Coca-Cola
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................
          A fórmula que trouxe a cura completa é muito estranha, mas fácil  de ser desenvolvida. O Cientista a publicou na Internet e em jornais e revistas de grande circulação. Também concedeu entrevistas em rádios e TVs. Depois disso qualquer pessoa pode se curar em casa mesmo. A fórmula mágica é a seguinte:
INGREDIENTES:
_ 1 caco de telha triturado
_ 2 folhas de maracujá do brejo
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................

MODO DE FAZER:
_ Lavar o caco de telha com QBoa, deixar uma noite no sereno e triturá-lo com um martelo;
_ Picar as folhas de maracujá do brejo 
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ .....................
_ Adicionar todos os ingredientes num tacho de cobre e  .....................  por .....................
_ Em seguida, .....................

MODO DE TOMAR:
_ .....................
_ .....................
_ .....................
Atualmente o Dr  ..................... se dedica à pesquisa da cura das sequelas para reatar o casamento com sua esposa, que o abandonou virtudes das constantes crises de pânico que tinha todas as vezes que o via.

Dr. ...........................................



O aluno deve desenhar a foto do cientista
de acordo com as características descritas no texto que escreveu.



ESCOLA ESTADUAL Pe. JOÃO PARREIRAS VILLAÇA
ATIVIDADE DE REDAÇÃO- Profª Andréa O. Costa
Mineirês
CAUSO MINEIRO

Sapassado, era sessetembro. Taveu na cozinha tomando uma pincumel e cuzinhando um quidicarne cumastumate pra fazer uma macarronada cum galinhassada. Quascaí de susto quanduvi um barui vinde denduforno parecenum tidiguerra. A receita mandopô midipipoca denda galinha prassá. O forno isquentô, o miistorô e o fiofó da galinhispludiu! Nossinhora! Fiquei branco quineim um lidileite. Foi um trem doidimais! Quascaí dendapia!Fiquei sem sabe doncovim, noncotô, proncovô. Ópcevê quilocura! Grazadeus ninguém semaxucô!
(Anônimo)
RECEITA CAZÊRA MINÊRA DE
Caixa de texto: Modi faze
Casca o ái, pica o ái i soca o aí cum sá; Quenta o oi na cassarola; Foga o ái socado no oi quenti; Pica o repôi beeemmm finim; Foga o repôi no oi quenti junto cum ái fogado; Põi a mastomati i mexi cum a cuié pra fazê o môi.
Ta pronto modi cumeMôi de repôi nu ái i oi
Gridiente:
5 denti di ái;
3 cuié di oi;
1 cabessa de repôi;
1 cuié di mastomati;
Sá agosto.
1)      Reescrever os textos, passando- os para a linguagem culta.



A palavra é derivada da Mitologia Grega. Narciso era um jovem e belo rapaz que rejeitou a ninfa, que desesperadamente o desejava. Eco trancou-se em seu quarto sem comer nem beber. Assim foi se consumindo lentamente de dor, até que desapareceu e somente podia-se escutar sua voz nas paredes do quarto. Daí a palavra “eco”. Eco. A deusa Némesis, a deusa da vingança, escutou as preces de Eco e como punição, amaldiçoou Narciso de forma a apaixonar-se incontrolavelmente por sua própria imagem refletida na água. Incapaz de levar a termos sua paixão, Narciso suicidou-se por afogamento.
A palavra narcisista descreve a característica de alguém que se preocupa demasiadamente por si mesmo, considerando-se superior a todos, incluindo seus amigos e sua família.
Descrição: http://bp0.blogger.com/_URadmxWHnKc/RsJSuWuP90I/AAAAAAAADSE/OvR1QkS1HmM/s400/A5NARCISO.jpeg
ALGUNS COMPORTAMENTOS DO NARCISISTA:
Grandiosidade, exagero nos seus feitos nem sempre verdadeiros;
Auto-importância (usa sempre a 1ª pessoa do singular).
Obsessão pelo sucesso, busca fama e poder;
Considera-se especial e exige tratamento especial;
Necessidade de estar junto a pessoas de status social elevado;
Busca de adulação e admiração;
Não aceita discordância e fica raivoso quando confrontado;
Explora as pessoas para conquistar seus objetivos;
Sofre de falta de empatia, não se importa com as pessoas à sua volta;
Invejoso e desconfiado arrogante e orgulhoso.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
1- Criar um monólogo de uma das personagens com a sua imagem refletida a partir das características do narcisista.



Esse texto já circula na internet há muito tempo. Pode ser usado como exemplo em aulas sobre pontuação ou uso dos sinais diacríticos.

Um homem muito rico estava extremamente doente, agonizando. Pediu papel e caneta e escreveu, sem pontuação alguma, as seguintes palavras:

'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres. '

Não resistiu e se foi antes de fazer a pontuação. Ficou o dilema, quem herdaria a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o texto:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga aconta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga aconta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Moral da história: A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação. É isso faz toda a diferença...



Esse texto é bem leve  e pode ser usado de  várias forma pelo  professor, uma delas poderia ser exemplificar o gênero crônica.

Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRYIOjKQxIm97rL8rX2Zi5lA0288rHKF3SQtAM2pFWvMab9TQBPzvOzEP1ctP5cq74uaGS3dR4BP0zt4TGwaiCQuftdvnJHt0Z5563kJrZGIt79gkSzkpRBwk0hLlif03OdodGOAplgbk/s200/pneu+furado+luis+fernado+verissimo.gif
PNEU FURADO

O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonitinha.
Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu um homem dizendo
"Pode deixar". Ele trocaria o pneu.
- Você tem macaco? - perguntou o homem.
- Não - respondeu a moça.
- Tudo bem, eu tenho - disse o homem - Você tem estepe?
- Não - disse a moça.
- Vamos usar o meu - disse o homem.
E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça.
Terminou no momento em que chegava o ônibus que a moça estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta, vendo o ônibus se afastar.
Dali a pouco chegou o dono do carro.
- Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado.
- É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar.
- Coisa estranha.
- É uma compulsão. Sei lá.
(Luís Fernando Veríssimo. Livro: Pai não entende nada. L&PM, 1991).


Sugestão de trabalho:

Descrição: http://bp2.blogger.com/_URadmxWHnKc/Rl5ALAwinWI/AAAAAAAACWU/CE1606yEIfs/s400/autoestima.jpgEscreva um texto assumindo a personalidade de uma planta, (árvore, planta rasteira, fruto, verdura, flor...). Descreva suas características boas, ruins, ou as duas. Fale como é, como tem vivido, se gosta de si mesmo, se é bem tratado ou não, se sofre alguma ameaça...

Após a produção do texto o professor orientará o aluno a desenhar a planta escolhida por ele.
Expor os textos e os desenhos.

Descrição: http://bp3.blogger.com/_URadmxWHnKc/Rl5HNQwinlI/AAAAAAAACYM/1gPQWPH2p_Y/s400/shower.0.jpg

É mais fácil trabalhar narrativas na 5ª série através de desenhos.

Melhor ainda se o aluno seguir um roteiro, como por exemplo:
Quem, quando, onde, como e o porquê.



Escrever um texto baseando-se no roteiro abaixo.

Descrição: http://bp3.blogger.com/_URadmxWHnKc/Rl5D_QwindI/AAAAAAAACXM/bzMaSlXM3_E/s400/machine.jpg
Dizer: Quem era, de onde veio, o que pretendia, com quem se encontrou, em quem se transformou, por quem foi transformado, por que foi transformado e que rumo tomou.

Descrição: http://bp2.blogger.com/_URadmxWHnKc/Rl5DoAwincI/AAAAAAAACXE/5bAtavD9rgk/s400/hand.jpg

Este desenho pode inspirar poesia, descrição, narrativa... Pode ser associado a um texto jornalístico, a algum texto do livro didático, enfim, o professor é quem decide.
Descrição: http://bp0.blogger.com/_URadmxWHnKc/Rl5BHgwinYI/AAAAAAAACWk/SkmDzhnjw7g/s400/cat.1.jpg

Usei este desenho numa aula de redação, para uma quarta série, na regência do Normal Colegial. Fiz um cartaz contornando o desenho com pincel atômico preto e pintei com lápis cera. Não é uma graça?


Descrição: http://bp1.blogger.com/_URadmxWHnKc/Rl4-3wwinUI/AAAAAAAACWE/c4xdAleoFmA/s400/furadeira.2.jpg
Para produção de texto oral ou escrito.
O aluno pode contar alguma travessura que fez.


Descrição: http://bp2.blogger.com/_URadmxWHnKc/RrDkOWuP9DI/AAAAAAAADL8/xWpffcF0nRA/s400/galinhas-1.jpg
Sugestão:

Produzir um texto usando ponto de vista das galinhas.



Descrição: http://3.bp.blogspot.com/_URadmxWHnKc/TNdWaXn7qLI/AAAAAAAALgs/yhxR8s3qucA/s400/tecela5.jpg

Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo se sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor de luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos de algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para o outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila.
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou como seria bom ter um marido ao seu lado.
Não esperou o dia seguinte. Com o capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando na sua vida.
Aquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.
E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.
- Uma casa melhor é necessária, - disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. – Para que ter casa, se podemos ter palácio? – perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo se sentava ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor de luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos de algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para o outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila.
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou como seria bom ter um marido ao seu lado.
Não esperou o dia seguinte. Com o capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando na sua vida.
Aquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.
E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.
- Uma casa melhor é necessária, - disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. – Para que ter casa, se podemos ter palácio? – perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.
Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.
- É para que ninguém saiba do tapete, - disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: - Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!
Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou como seria bom estar sozinha de novo.
Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e, jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer o seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.
A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.

Conto de Marina Colassanti

ATIVIDADE:
1- Nesse texto conta-se:
a- um fato real, que aconteceu
b- um fato inventado pela imaginação da escritora.
c- Indique fatos do texto que justifiquem suas respostas

2- Qual era a fantástica habilidade da tecelã?

3- Identifique as cores dos fios utilizados pela tecelã em cada uma das seguintes tarefas:
a- produzir raios de sol;
b- suavizar a luz solar;
c- produzir luz solar para acalmar a natureza
d- produzir chuva

4- “A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar  o sol”.  Nessa época ela não teve  oportunidade de utilizar os fios
a- cinzentos                                     
b- prateados
c- dourados

5- Identifique no trecho seguinte, a causa e  a  consequência contidos nas frases:
“... ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou como seria bom ter o marido ao lado”.

6- Como a tecelã concretizou seu maior desejo?

7- Por que o comportamento do marido decepcionou a tecelã?

8- No antepenúltimo parágrafo do texto afirma-se: “Desta vez não precisou escolher linha nenhuma”. Por quê?

9- Neste texto há muitas palavras e expressões empregadas em sentido figurado. Copie as frases equivalentes às seguintes ideias, nos parágrafos indicados no texto:
a- O sol chegando ao fim da noite (parágrafo 1)
b- A claridade da manhã iluminava o céu. (parágrafo 2)
c- A chuvinha começava a cair e ela observava da janela (parágrafo 4)
d- Tecia um lindo peixe, não se esquecendo dos detalhes da escama (parágrafo 7).
e- Depois de bordar a noite, dormia tranquila (parágrafo 7).
f- ... e pressa para a casa ficar pronta (parágrafo 14)
g- A noite chegava e ela não tinha tempo de concluir o dia (parágrafo 16)
h- Rápido, seu corpo se desmanchava (parágrafo 23).

10- Quando se atribui qualidades de seres animados a seres inanimados ocorre uma personificação. Veja exemplos?
a- As paredes ouviram nossa conversa
b- O rio chorava na noite
c- As estrelas piscavam para mim

11- Copie uma personificação?
a- do 2º. Parágrafo do texto
b- do 4º. Parágrafo do texto
c- Escreva uma frase em que ocorra personificação

12- Escreva mais uma palavra empregando o mesmo prefixo identificado?
rebordava
entremear
desfazer
desteceu
desaparecendo
emplumado


13- Copie do 10º. Parágrafo um trecho puramente narrativo

14- O texto pode ser dividido em três partes
a- 1ª. Parte – a situação da tecelã e equilibrada – ela não enfrenta problemas
b- 2ª. Parte – um fato vem perturbar o sossego da tecelã
c- 3ª. Parte – a tecelã resolve o problema e retorna a sua situação anterior

4- Indique o começo e o fim de cada uma dessas partes


Descrição: http://3.bp.blogspot.com/_URadmxWHnKc/THWlrzMEWtI/AAAAAAAALcw/iSmnNzXgeOg/s400/DSC08377.JPG
 Luís Fernando Veríssimo
Ele: - Alô?
Ela: - Pronto.
Ele: - Voz estranha… Gripada?
Ela: - Faringite.
Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.
Ela: - E se estivesse? Algum problema?
Ele: - Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.
Ela: - E você? Sua voz também está diferente. Faringite?
Ele: - Constipado.
Ela: - Constipado? Você nunca usou esta palavra na vida.
Ele: - A gente aprende.
Ela: - Tá vendo? A separação serviu para alguma coisa.
Ele: - Viver sozinho é bom. A gente cresce.
Ela: - Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: - Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.
Ela: - Evidente! Só faltava você continuar rebolando nas discotecas com as amigas.
Ele: - Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping, comprar joias, conversar ao telefone com as amigas durante horas…
… Silêncio ….
Ela: - Comprar joias? De onde você tirou essa ideia? A única coisa que comprei em quinze anos de casamento foi um par de brincos.
Ele: - Quinze anos? Pensei que fosse bem menos.
Ela: - A memória dos homens é um caso de polícia!
Ele: - Mas conversar com as amigas no telefone…
Ela: - Solidão, meu caro, cansaço… Trabalhar fora, cuidar das crianças e ainda preparar o jantar para o HERÓI que chega à noite… Convenhamos, não chega a ser uma roda-gigante de emoções…
Ele: - Você nunca reclamou disso.
Ela: - E você me perguntou alguma vez?
Ele: - Lá vem você de novo… As poucas coisas que eu achava que estavam certas… Isso também era errado!?
Ela - Evidente, a gente não conversava nunca…
Ele: - Faltou diálogo, é isso? Na hora, ninguém fala nada. Aparece um impasse e as mulheres não reclamam. Depois, dizem que faltou diálogo. As mulheres são de Marte.
Ela: - E vocês são de Saturno!
…Silêncio…
Ele
: - E aí, como vai a vida?
Ela: - Nunca estive tão bem. Livre para pensar, ninguém pra me dizer o que devo fazer…
Ele: - E isso é bom?
Ela: - Pense o que quiser, mas quinze anos de jornada são de enlouquecer qualquer uma.
Ele: - Eu nunca fui autoritário!
Ela: - Também nunca foi compreensivo!
Ele: - Jamais dei a entender que era perfeito. Tenho minhas limitações como qualquer mortal..
Ela: - Limitado e omisso como qualquer mortal.
Ele: - Você nunca foi irônica.
Ela: - Isso a gente aprende também.
Ele: - Eu sempre te apoiei.
Ela: - Lógico. Se não me engano foi no segundo mês de casamento que você lavou a única louça da tua vida. Um apoio inestimável…
Sinceramente, eu não sei o que faria sem você. Ou você acha que fazer vinte caipirinhas numa tarde para um bando de marmanjos que assistem ao jogo da Copa do Mundo era realmente o meu grande objetivo na vida?
Ele: - Do que você está falando?
Ela: - Ah, não lembra?
Ele: - Ana, eu detesto futebol.
Ela: - Ana!? Esqueceu meu nome também? Alexandre, você ficou louco?
Ele: - Alexandre? Meu nome é Ronaldo! …Silêncio…
Ele: - De onde está falando?
Ela: - 578 9922
Ele: - Não é o 579 9222?
Ela: - Não.
Ele: - Ah, desculpe, foi engano.
Depois de um tempo ambos caem na gargalhada.
Ele: Quer dizer que você faz uma ótima caipirinha, hein?
Ela: - Modéstia à parte… Mas não gosto, prefiro vinho tinto.
Ele: - Mesmo? Vinho é a minha bebida preferida!
Ela: - E detesta futebol?
Ele: - Deus me livre… 22 caras correndo atrás de uma bola… Acho ridículo!
Ela: - Bem, você me dá licença, mas eu vou preparar o jantar.
Ele: - Que pena… O meu já está pronto. Risoto, minha especialidade!
Ela: - Mentira! É o meu prato predileto…
Ele: - Mesmo! Bem, a porção dá pra dois, e estou abrindo um Chiant também. Você não gostaria de…
Ela: - Adoraria!
….Ele dá o endereço.
Ela: - Nossa, tão pertinho! São dois quarteirões daqui.
Ele: - Então? É pegar ou largar.
Ela: - Tô passando aí, Ronaldo.
Ele: - Combinado, vizinha.

SUGESTÃO
1- Um homem e uma mulher conversam ao telefone.
a- Quem tomou a iniciativa de telefonar?
b- Pelo clima da conversa, como parece ser o relacionamento entre eles?
2- À medida que o casal conversa, eles começam a estranhar o comportamento um do outro.
a- Exemplifique esse comportamento estranho.
3- “Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.”
a- Que sentimento ele demonstra quando usa faz essas afirmações?
4- A mulher pensava que o homem ao telefone era o seu ex-marido. Leia o diálogo
Ela: - Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: - Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.”
a- Qual a diferença entre o homem ao telefone e ex-marido da mulher?
5- O homem ao telefone pensava que estava falando com sua ex-mulher:
Ele: - Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping, comprar joias
Ela: - Comprar joias? De onde você tirou essa ideia? A única coisa que comprei em quinze anos de casamento foi um par de brincos”.
a- Compare as duas mulheres.
6- “Ele: - Você nunca reclamou disso.”
Ela: - E você me perguntou alguma vez?”
Baseando-se nesta conversa, podemos concluir que os dois casais se param pelo mesmo motivo:
a- Por qual motivo os casais se separaram?
7- Leia:
Se não me engano foi no segundo mês de casamento que você lavou a única louça da tua vida. Um apoio
inestimável… Sinceramente, eu não sei o que faria sem você”.
a- O que a mulher realmente quis dizer?:
8- A partir de qual momento eles começam a desconfiar que a pessoa do outro lado da linha não é aquela que
cada um pensava ser?
9- À medida em que a conversa evolui, eles descobrem alguma coisa que os une. Que gostos eles tem em comum?
10- Reescreva a frase usando o verbo corretamente, substituindo “a gente” por “nós”.
a- … a gente não conversava nunca.                  b- Isso a gente aprende também.