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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Ensaio da pós-graduação em Gestão Educacional

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL












“AS MÚLTIPLAS TEORIAS DA APRENDIZAGEM, SUAS CONCEPÇÕES E DESAFIOS NA PERSPECTIVA DA CRIATIVIDADE GERENCIAL.






Aluno(a): Andréa de Oliveira Costa








Ensaio elaborado para a disciplina NCO – 03: Aprendizagem Organizacional e Processos Criativos, Curso de Especialização: Gestão de Pessoas e Gestão de Projetos Sociais, sob a orientação da Professora Rita de Cássia Magalhães Trindade Stano.




Itajubá/MG
2014


O INÍCIO DA APRENDIZAGEM
OS PRIMEIROS PASSOS
O homem para aprender a ser homem, na grande maioria, precisa de princípio de aprendizagem que inicia-se com a família. Ele aprende a dividir, a amar, compartilhar, conhecer e entender as coisas em comunidade com os seus. Esse é o primeiro passo na carreira de aprendente que o ser homem tem para toda a vida.
A família é considerada um sistema de vínculos afetivos, em constante transformação, onde ocorre o processo de humanização, construção da subjetividade e da formação básica do caráter para a aprendizagem. O adulto é considerado por Vygotsky (1988) como um mediador no processo de desenvolvimento da criança e oferece instrumentos para a apropriação do conhecimento. Porém a internalização dos recursos no ambiente ocorre individualmente, variando de criança para criança.
Essa relação com a família é primordial para o desenvolvimento infantil e é mais um passo determinante para a prática docente e para a vida.

CONCEITUANDO APRENDIZAGEM
O conceito de aprendizagem é complexo pois envolve a interação de diversos fatores e processos através dos quais compreendemos conceitos de temas específicos, como matemática, português, desenho e etc.
Estamos sempre aprendendo, intencionalmente ou não, durante toda a nossa vida. Na realidade, “o aprendizado consiste em uma mudança relativamente persistente no comportamento do indivíduo devido às experiências. O indivíduo é um agente ativo no processo de aprendizagem, que procura de forma deliberada processar e categorizar o fluxo de informações recebido do mundo exterior”. (Fontana, 1998 pag. 157).
A aprendizagem não é a simples passagem da ignorância ao saber, sem resistências e sem conflitos. Trata-se de um fenômeno em que o sujeito toma para si uma nova forma de conduta, transforma a informação em conhecimento, hábitos e atitudes novas.
Quando, por meio de uma experiência, mudamos nosso conhecimento anterior sobre uma ideia, comportamento ou conceito, ocorre a aprendizagem significativa. Algumas teorias conceituam aprendizagem de modo diferente porque compreendem o processo de aquisição do conhecimento de forma diferenciada. Por isso iremos abordá-las para que possamos fazer uma reflexão sobre a prática docente, mesmo que superficial.

ALGUMAS PRINCIPAIS TEORIAS DO CONHECIMENTO
É importante o conhecimento das teorias, em particular no âmbito escolar, para que o professor, possa estimular o desenvolvimento cognitivo, e o processo de aprendizagem do seu aluno, seja mais produtivo e duradouro. O processo de aprendizagem se divide praticamente em dois grupos: os teóricos comportamentais (behavioristas) e os teóricos cognitivistas (interacionistas).

A TEORIA COMPORTAMENTAL DE SKINNER
Para Skinner (2000), o melhor método de ensinar a criança seria o Ensino Programado, que parte de duas premissas básicas: necessidade de programar os reforços oferecidos ao aluno para manter a intensidade de seu comportamento e necessidade de estimular a aprendizagem, corrigindo as respostas dos alunos, reforçando-os negativa ou positivamente de acordo com as respostas emitidas. Todos sabemos que este tipo de ensino não é tão prático e a teoria nem sempre nos ensina direito. Repetir atividades até o aprendizado é cansativo e desgastante, e leva um tempo maior para se aprender algo, uma vez que, há métodos e prática educativas mais concludentes em menos tempo.

A TEORIA COGNITIVA SOCIAL
Dentro das teorias cognitivas, destacamos o CONSTRUTIVISMO de Jean Piaget, que pesquisou, mediante observações sistemáticas, a maneira como a criança elabora o processo do conhecimento para construir a sua inteligência. A epistemologia foi sua primeira preocupação e não a educação sistêmica em si. Para o pesquisador, a inteligência implica o desenvolvimento contínuo de estruturas que viabilizem a adaptação do organismo ao meio. Daí a capacidade das pessoas em desenvolverem o seu intelecto pelos estímulos oferecidos pelo ambiente, bem como pela complexidade de exercícios que realizam. Temos a experiência de saber que aprendemos muito mais quando internalizamos o conhecimento, quando conseguimos colocar em prática, porque na teoria, rapidamente nos esquecemos porque não praticamos. Por isso de suma importância o CONSTRUTIVISMO em que Emilia Ferreiro (2001), influenciada por Piaget e Vygotsky, ajudou a desenvolvê-lo. Foi tão criticado e mal compreendido pelos docentes da minha época! Por volta dos anos 90, o governo tentou implantar em Minas Gerais o construtivismo na rede pública estadual, me lembro que foi um assombro, pois ninguém conhecia e pouco se dispuseram a estudar para compreender e interpretar esse método tão importante.
De acordo com a abordagem construtivista, o indivíduo aprende quando consegue apreender um conteúdo e formular uma representação pessoal de um objeto da realidade. Essa concepção oferece ao professor um referencial para a reflexão e a fundamentação das decisões que toma no planejamento de uma aula, no decorrer no processo de ensino-aprendizagem, bem como critérios para compreender o que se passa na sala de aula. Uma boa atividade para entendermos melhor esse comportamento é assistir ao filme “Mentes Perigosas”. Há uma excelente análise a se fazer.
O campo da inteligência é tão vasto que, nem em dez séculos vindouros, conseguiremos estudá-la como gostaríamos. O processo criativo do ser humano não tem fim. Segundo Gabriel Perissé “criatividade é tão atraente quanto as palavras amor, liberdade, autorrealização.” Não pode ser voltada para o mal, para não ser menosprezada pela sociedade, tem que ser do bem e a valorização virá como recompensa e alegria.
Temos que ser criativos em tudo, no dia a dia, no trabalho, em casa. Temos que nos observar em todos os momentos para mantermos essa explosão controlada, porque, às vezes, temos atos tão inusitados, ou seja, criativos, que nos fogem ao controle.
Uma empresa em que o gestor pensa, raciocina, constrói e pratica a sua ideia compartilhando com os outros, tende a crescer e sobressair-se às outras. Uma escola que o gestor cria e compartilha com seus professores ações para o bem comum, tem os pré-requisitos para crescer e fazer com que a dicotomia ensino-aprendizagem caminhem juntas e se completem para que efetivamente haja ensino-aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não devemos deixar de perceber que a sala de aula é uma comunidade de aprendizagem que tem o professor como coordenador que deve estimular o conhecimento por meio das várias teorias da aprendizagem e refletir sobre como gerir esse espaço para que seus alunos obtenham o maior benefício possível. Concordamos, portanto, que a maneira de funcionamento de uma comunidade de aprendizagem deve ser a adoção da prática de atividades conjuntas em torno de conteúdos e tarefas escolares, nas quais a linguagem é o instrumento por excelência que permite a construção dos significados e a afetividade entre os membros, além de ser instrumento fundamental para a motivação e o desenvolvimento individual.


BIBLIOGRAFIA
FERREIRO, E. Atualidades de Jean Piaget. Porto Alegre: Artmed, 2001.
FONTANA, D. Psicologia para professores. São Paulo: Loyola, 1998.
PERISSÉ, Gabriel. A palavra “criatividade” - Modos e Usar.
PIAGET, J. Linguagem e Pensamento da Criança. Rio de Janerio: Fundo de Cultura, 1990.
RABELLO, ET e PASSOS, J. S. Vygotsky e o desenvolvimento humano.
SKINNER, F. Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix/Edusp, 2000.
VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

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